Tentar a vida em São Paulo não é coisa do século XX. Muito antes disso, na década de 1860, o fotógrafo carioca Militão de Azevedo resolveu fazer as malas e vir para cá, num tempo em que a cidade não tinha nada além de uma faculdade de Direito cheia de alunos pseudo-necrófilos. Como a cidade não tinha nada a oferecer para os rapazes, eles se contentavam, entre um spleen e outro, em fazer encenações românticas nos cemitérios, e pouco se lixavam se a musa – geralmente uma prostituta – tiritava de frio em cima de uma tumba.
Militão fotografou um monte de coisas, com preferência pelos arredores do Largo de São Francisco, reuniu em um álbum e botou um anúncio de venda no jornal, dirigido aos estudantes: “… recordação agradável da cidade onde passaram talvez a melhor época da vida…” Péssimo marketing! Ele não sabia que a expressão “estudante duro” é chover no molhado.
Seu empreendimento foi um estrondoso fracasso de vendas, mas o fato é que hoje esse álbum, de que restam poucos exemplares em estado lastimável, além de muitas outras fotos que tirou da cidade, são o único registro em imagem mais consistente que temos da São Paulo antes do café e da industrialização.
- Foto: Militão de Azevedo, Rua das Casinhas (atual rua do Tesouro, região do Pátio do Colégio). Copyright Instituto Moreira Salles.
- Se interessar…. Pedro Corrêa do Lago, Militão Augusto de Azevedo: São Paulo nos anos 1860, 2001.
P A R A B É N S!!! Adorei a idéia, vou voltar, trouxe uma paz nesse turbilhão que é o dia a dia de quem mora aqui.
Beleza, Samuca, volta sempre!
Adorei! Muito legal chamar atenção para nomes tão importantes, que fizeram tanto pra documentar nossa história. Faça mais! os paulistanos e brasileiros em geral agradecem!
Obrigada, Carolina.
A semana que passou postei a respeito do livro sobre Aurélio Becherini, que acabei por folhear ontem. Ele é tão bonito, tem fotos tão desconhecidas…
esse cara foi meu taratarataratara vô
Opa, Daniel, que legal!