Confraternização no vão livre do Masp

bronze

Todos os presentes à manifestação hoje, no vão livre do Masp, contra a proibição do bronze em clínicas de estética, fizeram questã de sair na fotinho (Mirella Nascimento, G1).

Note bem o conjunto, há dois tipos de cerezumanos: 1) as de óculos escuros e os caras do Clube das Mulheres, que são oscriente; 2) as de cabelo qualquercoisa e amarrado, que são as funcionárias.

Dois cartazes me chamaram a atenção:  1) o cor-de-rosa, caprichado no parágrafo (ela foi à papelaria e pediu algo bem feminino pra escrever); 2) o logo acima dele, que deixa claro que não vai votar no PT POR CAUSA DISSO (acho que não dá pra ler nada enquanto a pessoa se enfia naquela câmara…).

Há apenas duas clínicas nessa manifestêichon: 1) a que ganhou os cartazes feitos no escritório de engenharia do marido de uma dascriente; 2) a que se virou com cartolina.

Eu achando que isso não ia sair de Porto Alegre

Tantas fez que conseguiu

sarney.

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), realiza nesta segunda-feira exames clínicos no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Sarney resolveu antecipar o check-up anual, que estava programado para daqui a 15 dias, após sofrer uma crise de gastroenterite (inflamação no estômago e nos intestinos) na semana passada.

A matéria linkada diz ainda que não há previsão de quando Sarney retorna a Brasília.

Eu não ficaria surpresa em saber que o digníssimo bateu um arroz-de-cuxá estragado, de própósito, só pra poder vir pra cá.

  • Foto: Pablo Valadares, AE.

Mais phophoca do ABC

Eu preciso cair de boca no trabalho, mas não resisti a mais esta.

E creio que outras haverá. Acho até que deveriam lançar uma espécie de The Sun de São Bernardo. Quem mandou Lula querer transformar sua vida num romance para moças?

(Desta vez tunguei do Estadão na íntegra):

Filme de Lula “é uma baita mentira”, diz sindicalista

AE – Agencia Estado

SÃO PAULO – Personagem no filme Lula, o Filho do Brasil” o sindicalista aposentado Paulo Vidal criticou o longa de Fábio Barreto, ao afirmar que o retrato histórico é “mentiroso” e tenta “mitificar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após assistir à pré-estreia sábado, em São Bernardo do Campo, Vidal, que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos antes de Lula, afirmou que o filme depõe contra a realidade. “O retrato da inserção de Lula no universo sindical é uma baita de uma mentira que não tem cabimento.”

Presidente do sindicato entre 1969 e 1975, Vidal no filme é Cláudio Feitosa, um sindicalista pelego que não representa a categoria e flerta com a ditadura. Feitosa é posto contra a parede por um Lula, ainda diretor, que exigia ser o sucessor. O ator que interpreta Lula chega a dar um soco na mesa. “Foi totalmente diferente”, afirmou. “Entrar na minha sala e ditar regra? Mentira. Eu fiz o Lula presidente do sindicato. E não ele foi lá e ditou regra”, completou.

Segundo Vidal, “qualquer um pode prestar a homenagem que quiser, mas na parte sindical o Lula não era aquele que foi retratado”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Já sei, já sei: mais um mercenário que se bandeou pra direita golpista.

Valeu a dica, valeu mesmo!

Importante aviso do Elio Gaspari, hoje, na Folha:

[…]
PSTU/PSOL (1)
Quem avisa amigo é: tudo indica que o ano letivo de 2010 começará com a armação de uma greve na Universidade de São Paulo.
O movimento terá duas agendas. Numa, reivindicará salários. Na outra, procurará atrair a tropa de choque da Polícia Militar para o campus da USP.
Se vier só a PM, tudo bem para o comissariado grevista.
É forte a influência do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) junto a uma parcela dos estudantes da USP. Sobretudo nas escolas das Humanas.

[…]

Puxa vida, Gaspari! Brigadão por avisar! Não fosse você…, tsc, tsc, tsc! (Bocejo 1, bocejo 2…)

Nós, paulistanos, não gostaríamos de ficar por fora das novidades! Por isso pedimos que nos dê um toque sobre quaisquer outras greves por acontecer aqui, ok?  (Bocejos 3, bocejos 4, bocejos 5, bocejos 6…)

Brigaaada…!

Já pras casas André Luiz!

crochet

Há vários dias tenho cumprido etapas de expurgo aqui em casa: roupas, sapatos, bolsas, tranqueira de informática, pratos (!), copos nadir figueiredo, tudo!  Tudo pras Casas André Luiz.

Menos livros. Livros eu vendo. Porque livros não saem de moda nem sofrem obsolescência física – pelo menos pra quem tem vontade de ler. Aqui em casa acumula muito livro – afinal, é o meu trabalho e, pior, as pessoas sabem disso (“lê aí meu conto que ganhou o prêmio não sei de quê, nhé-nhé-nhé?”).

Resultado: espero acumular um monte de tranqueira que não me interessa – enfio tudo numa sacola de feira e levo pro sebo perto de casa. É claro que os livros dos gloriosos ganhadores de concurso não valem porcaria nenhuma, mas acabam indo embora com os outros, que rendem um belo crédito lá no menino. Sebo bonitinho aquele. E honesto!

Lá se foi um monte de roupa, e nessa leva, como em todas as antecessoras, tento ficar apenas com coisas neutras, que podem ser usadas em qualquer ocasião, acima de qualquer modinha ordinária. É claro que não me furto a uma modinha, mas é nessas horas que você vê (e vê mais claramente quanto mais velha vai ficando) que moda é um troço que faria corar Ruy Barbosa e seu triunfo das nulidades.

O que é um sapato Czarina? Quem se lembra disso? Pô, quando eu morava no Rio o must era ter uma camiseta da Company. Em São Paulo isso sempre significou menos que nada. E eu sei lá quais são as vantagens intrínsecas e relativas de uma, sei lá, calça Diesel?

Ah, sai pra lá! No dia em que eu depender de opinião de gente que acha o máximo usar não sei o que no trimestre,  me interna que é surto. Graças a Deus me livrei, há muito tempo, dessas necessidades inventadas.

Então… Nesses expurgos é que a gente vê quanto projeto foi deixando em suspenso. Como minhas colchas de retalhos, que hei de terminar ainda este ano. Ou um monte de uniforme que “interceptei” de um parente – com a promessa de eliminar todos os logos –  pra virar tudo avental de restauro. Vai ter avental pra mim e pra Deus e o mundo. Nem sei se conseguirei costurar todos este ano, mas um dia eles saem.

Duas cadeiras de lona, Ricardo. Emily Brontë, já voltou para Raquel. Duas espreguiçadeiras vão pra minha irmã, e ela vai ter de decidir em três dias se quer, afinal, ou não. Se não, fora! Urgente urgentíssimo arrumar um móvel forte pra minha prensa. E serrar dois centímetros de uma estante pra caber debaixo de outra. E, sobretudo, jogar este computador fora.

E haja criatividade pra guardar com decência e carinho os objetos de família. Às vezes é uma coisa que ninguém quis, que estava largada no Rio ou aqui. Se era de vovô, de vovó, não há motivo plausível para jogar fora.  Um compasso de marceneiro, um medidor de picote de selos, um ovo de madeira de cerzir meia, uma caixa  compartimentada pra remédios de homeopatia…  Não tem importância. Eu sempre quero.

Às vezes é coisa de importância, pomposamente repassada à minha guarda: um binóculo de Parrí, o conjunto de louça lindíssimo de vovó (tratado aqui em casa como “serviço do Império Austro-Húngaro”), o camafeu da outra avó achado por um escafandrista na baía de Guanabara… Tudo devidamente cuidado e guardado.

  • Foto: Como acho que parede é um lugar digno para guardar coisas, saiu isso aí: eu tinha a moldura, alguns exemplares órfãos de “paninhos” de mesa. Restaurei alguns que estavam rompidos, banhei um ou outro em tintura de café, impermeabilizei e fixei. Só está faltando dar um tapa melhor na moldura. Mas estão aí:  resquícios decorativos de vovós ambas, titias e mami. E, como sou péssima no crochê de resultados, um fundo rendado pra xícara. De papel. Mas muitcho caro à minha memória pessoal.

Exposição Etzel no Parque da Luz

etzel

Esta casa teteia, linda e maravilhosa, incrustada no Parque da Luz, abriga a exposição “Construtores do verde”, que homenageia os paisagistas Antonio e Arthur Etzel no próprio imóvel onde a família viveu por 70 anos.

O austríaco Antonio Etzel foi convidado pelo prefeito Antonio Prado em 1901 para cuidar do paisagismo do Jardim da Luz. Seu filho Arthur continuou o trabalho do pai, e a obra da família subsiste não só na Luz como em outros parques da capital.

A exposição é gratuita.

  • Reportagem do SPTV (vídeo aqui).
  • Detalhes sobre o restauro do imóvel em 2008 e sobre Antonio e Arthur Etzel, aqui.

Pronto, falei!

Episódios como o de ontem (o texto de Cesar Benjamin descrevendo o relato de Lula de tentar currar alguém na cadeia), saído na Folha e que rendeu bons posts e piadas hilárias no Twitter e alhures (e cujo desenrolar hoje prossegue, pelo pouco que li  aqui e aqui), dão margem a algumas reflequissões domésticas.

Nossa primeira reação é achar isso um nojo. Claro, eu também fiquei assim. Mas nada como um day after nubladinho, chuvoso e fresquinho.

Não duvido da honestidade de Cesar Benjamin. Nãnão! Ainda mais conhecendo o tipo social do nosso Prezimente e suas proezas de botequim. Mas o fato de alguém ser honesto não significa que seja lógico ou lúcido o suficiente para receber um certificado de qualidade. (Uma velhinha aqui do prédio insiste em jogar miolo de pão pela janela, na nobre tarefa de dar de comer aos pombos. Safada? De jeito nenhum! Boazinha e íntegra em suas convicções franciscanas. Ela acredita na causa.)

Cesar Benjamin, assim como outros dissidentes do petismo de resultados, me soa como aquela figura que acaba amealhando pra si uma espécie de patrimônio curricular que – sinceramente – acaba se tornando poupança para alguma coisa, nem que seja sua própria vaidade.

Benjamin não faz o tipo de cara que saia de uma causa e logo vá contando tudo, por vingança. Ou que espere o momento pra lançar um livro ou amealhar ou tirar votos.

É pior: vai formando para si uma imagem de reserva moral low-profile, até com certo ar de coitadinho, mas um sofredor silencioso, empedernido em suas convicções universais. Seu currículo no final do texto na Folha diz:

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.

Daí se depreende que Benjamin abraçou um ideal de vida (seja lá qual for) pelo menos aos 14 anos de idade, a ponto de  pegar em armas aos 17.

E, posteriormente, o caráter de suas várias entradas e saídas de partidos só atesta que nada mudou na sua cabeça desde quando não tinha barba.

Tenho certa cisma com esse enaltecimento intrínseco de ex-guerrilheiro. Se militou na ditadura, já é uma pessoa digna de plateia. Se foi preso, já tem uma espécie de salvo-conduto. Se preso e torturado, opa!, melhor ainda. Se ficou exilado, ah, a glória!

Digo isso porque fui fã da bagaça. Mas aos 14 anos! Tinha, sim, um pôster do Che no meu quarto. A pereba durou até os 22 anos, mais ou menos. Depois fui cuidar da vida.

Hoje olho para um ex-guerrilheiro com o mesmo entusiamo de quem aprecia um despachante do Detran. Não acho nada de quem se enfiou em luta armada comunismo X ditadura, num tempo em que nem se falava em volta à democracia.

Cruel? Eu também acho, um pouco. Seria muito engraçadinho a gente ter, naquele tempo, a visão que tem hoje, depois de décadas no lombo. Mas a vida passa, as coisas mudam, você vai sedimentando, descartando  motivações juvenis e vendo as coisas de outra forma. Qualquer processo diferente disso é estranho a qualquer evolução natural.

O que depreendi de chato, chato mesmo, é que o texto de Benjamin saiu em meio a um verdadeir fuá que a Folha fez ontem em torno do filme de Lula. Foram umas três páginas falando – bem ou mal, mas falando – do lançamento de um filme meramente instrumental, e pior, que já se sabe muito ruim.

Quanto à possibilidade de o caso ter prosseguimento ou não, isso não muda uma vírgula na vida de ninguém, nem em eleição, nem nada.

O que seria bom notar aqui são os processos lentos, subliminares, aqueles que ninguém nota e que vão encrustando nas mentes das pessoas como uma craca marinha. Bastiões morais cuja imagem não se dissocia do que rejeitam, por exemplo.

Até o fato de Benjamin poder ter dito isso sem provas, e que o torna um lunático boa gente que agora vai se lascar sob os rigores da lei, me enche, se quer saber.

Pronto, falei!

Help me, plissss!!!

TEL.

Estou intrigadíssima, à procura de um artigo no Código de Trânsito que que diga mais ou menos isso:

Art. thal, caput. A partir do dia thal de novembro, por todos os anos, ficam suspensas as seguintes regras de trânsito:

alínea a) a obrigatoriedade de dar seta para qualquer dos lados;

alínea b) a proibição de ultrapassagem em vias estreitas, próximas a escolas ou em áreas residenciais;

alínea c) o respeito a limites de velocidade nos logradouros enunciados na alínea b;

alínea d) todo o resto enunciado no corpo deste código.

Art thal mais um: A suspensão automática das regras elencadas no artigo thal permite ao aspirante a uma vaga na rua que empurre, com seu próprio veículo, o veículo estacionado na vaga à frente, para fins de rearranjo espacial, sem ônus ao requerente no caso de eventuais prejuízos materiais incidentes no veículo deslocado.

O que é? Eu perdi alguma coisa ou o quê? É o espírito natalino? São as férias? O quê?…