André Liohn no Roda Viva

Queria recomendar enfaticamente a entrevista do fotógrafo brasileiro André Liohn no Roda Vida na última segunda-feira.  Correspondente de guerra freelancer há dez anos, Liohn ganhou o prêmio Robert Capa Gold Medal de fotografia, um dos mais importantes do mundo, pela cobertura que fez em Misrata, Líbia.

Ao lado de sua extrema simplicidade, um cara que aprendeu a ver o mundo como se deve – ou seja, de fora do Brasil.

Um bálsamo para nós, acostumados à pseudopieguice carolística nativa, ao puxassaquismo e à tibieza de opiniões, porque aqui, já viu, todo jornalista tem de zelar pelo seu empreguinho de mierda.

Entrevista TODA boa, mas se você quer um destaque, vai lá para 1 hora e 10 20 minutos do vídeo, em que Liohn descasca a política internacional de dona Dilma e fala sobre as bombas anti-homem made in Brazil, que agora envia na surdina tropinha para desativá-las (silêncio profundo na plateia).

14 comentários em “André Liohn no Roda Viva”

  1. Podia resumir o que vem a ser “bombas anti-homem made in Brazil”?! Não consigo baixar o vídeo, mas estou bem curioso, abs Marcelo

  2. Mdv, não dá pra ver nem o Youtube direto? Eu corrigi o momento, é lá pra 1 hora e 20, no finzinho da entrevista. Brasil vendeu a Kadafi bombas anti-homem praticamente de plástico, que não dá pra achar com detector de metais. Elas acabam com um homem, fazem um estrago relativo. Não servem pra tanques, p. ex., mas ai do tanque se explodirem perto de uma bomba antitanque.

    Até aí, pfff…, mas é que o Brasil – Liohn advoga – precisa tomar partido, precisa ter uma posição internacional. Ele vem sendo cobrado por isso, mas nada!, e isso é péssimo para o país, desde Celso Amorim. Aliás, seu substituto, o Patriota, é um zero tb.

  3. O vídeo está abrindo direto. Sem problemas.
    Pois é. Nada como um olhar isento visto de fora de nossas fronteiras.
    No que diz respeito às atitudes de nossos governantes, Liohn simplesmente relata a visão tacanha e dúbia que nossa diplomacia passa ao exterior.

  4. mdv,

    Minas “anti0homem” ou minas “anti pessoais”, são parte de um dos arsenais militares mas maléficos.
    São jogadas em grandes áreas territoriais, como florestas, savanas, mangues…e quando tocadas, pisadas etc. explodem matando ou deixando aleijadas as pessoas. Por isso “armas antipessoais”. Mutilam se não matam pessoas. Não sei se as brasileiras são sofisticadas como as que parecem borboletas, ou folhas, ou flores. Estas, foram utilizadas à exaustão na África, como Angola, Moçambique, Guiné Bissau etc. E também na Ásia. A Princesa Di, lutava contra isso. Há milhões de mutilados no mundo por causa dessas drogas e desgraçadas armas.

  5. mdv,

    E há algumas programadas para explodir na altura da cintura das pessoas.
    Mutilam da cintura para baixo.
    Isso, para arrasar o moral das tropas em luta.

    Isso, é um verdadeiro inferno. E a pacifista terra aqui, é um dos fornecedores dessas armas assassinas.
    Repito, não sei se com esse grau de bestialidade, mas, não há armas que não sejam bestas.

  6. Putz, tinha que acordar no dia seguinte e fui dormir ainda no começo da entrevista. Que pena. Poderia ter ficado com sono no dia seguinte, porém com uma manhã bem mais alegre. Principalmente por ver a opinião de um cara completamente isento e de fora, descascando as mentiras sobre o governo num programa que tem se tornado o maior simbolo da esquerda energúmena. “O Brasil é covarde”. Na mosca!

  7. Até hoje há um esforço mundial de retirada de minas anti-pessoais.
    O trabalho é enorme, pois, muitas delas, como disse o entrevistado, não são facilmente detectáveis.
    E continuam a mutilar crianças e gente grande na periferia do mundo.
    É essa a potência emergente e sua política externa.

  8. Interessante também o ponto comentado por André Liohn sobre os movimentos no Brasil. Fala que só há movimento para celebrar a satisfação, são geralmente amplamente abordados pela “GrandiMídia” como a Parada Gay. Bom isso demonstra a força da esquerda, a única a ProTestar, no entanto sempre mais ativos nas eleições defendendo um partido.

    Já houve tentativa frustrada, como o “Cansei”, só que a máquina azeitadíssima de mentiras da esquerda, das grandes redações às esquinas de bebuns, tratou de difamar o “Cansei” que já nasceu cansado e pereceu.

  9. Claudio, pra ser bem sincera, eu deveria ter feito o mesmo: dormir. Mas podemos ver e rever. Achei exemplar.

    Dawran, se o Brasil assumisse suas posições…, indústria bélica tem quem quer, a realidade diz que é amplamente aceita e usada. Mas o Brasil tem de decidir o que quer da vida.

    Henrique, acho que o Brasil é tão lascado e seu povo tão preterido, que vive uma fase de deslumbramento individual. Eu isso, eu aquilo. Mas só na base da perfumaria. Se exigíssemos moralidade dos governos, estaríamos tirando nossa esperança, estaríamos tumultuando nossa fila da tão sonhada boquinha estatal.

  10. Sorry, eu estava só com conexão via celular, e meu smart, apesar de me servir mui bien, é meio jurássico, não dá pra muito tempo carregando Youtube. Por conicidência, tinha visto o finalzinho da entrevista, na reprise de quinta-feira. Mas só de ver aquele apresentador, que parece aquele milionário decrépito dos Simpsons, mudei de canal na hora. Mas os assunto do post é bom, como sempre. abs

  11. Leticia,
    Durante as guerras no OM e Ásia Menor, o Brasil foi um grande fornecedor de armas. Inclusive, um sistema lançador de foguetes, chamado Astros, vendido ao Iraque na guerra contra o Irã. Para a Líbia, vendeu tanques com pneus, mais eficientes na areia do que os tanques com lagartas. Parece que também ao Egito e outros países da região.
    Ao mesmo tempo, fica gritando contra os EUA que têm e já utilizaram arma atômica.
    Esperar alguma coerência, realmente é impossível.

  12. Mdv, o tal apresentador está sempre com ar blasé. Eu preferia a Marilia Gabriela, sem o ônus de ter de trazer tb. seu ginecologista, seu nutricionista, seu estilista, seu cabeleireiro, seu isso e aquilo.

    Né, Dawran? Nada contra ter indústria bélica, porque faz parte. Mas o discurso fofo…

  13. O discurso é conforme a platéia.
    Estão faltando respostas a esse tipo de ação de política externa.
    Porém, já estão surgindo questionamentos a tal comportamento, notadamente na economia.

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